Buscando leveza
Num dia duro.
Café já morno
E requentado:
Ninguém se importa
Com a minha solidão.
Além dos papéis
Que preencho de tristeza
Ou das belezas que deixei de ver.
Num dia duro.
Café já morno
E requentado:
Ninguém se importa
Com a minha solidão.
Além dos papéis
Que preencho de tristeza
Ou das belezas que deixei de ver.
A minha mesmo,
Beleza
Dolorida
E deliciosa
a cada nova descoberta.
Buscando leveza
Em tempos difíceis,
Tempos de medo
E vontade de vingança;
De feridas reabertas à distância
e de caos...
Sabendo dos fardos
Que o mundo nas minhas costas
Não me deixa esquecer,
Sigo cansada
buscando leveza.
Mas
São tantas as pedras,
E as perdas
e penitências
Que me rasgam a pele.
Cada nesga
da minha negra carne
É um grito
Que ninguém ouve
Que o mundo nas minhas costas
Não me deixa esquecer,
Sigo cansada
buscando leveza.
Mas
São tantas as pedras,
E as perdas
e penitências
Que me rasgam a pele.
Cada nesga
da minha negra carne
É um grito
Que ninguém ouve
Que tempo é hoje
Mal passado
Com gosto de sangue?
Café requentado
Pão dormido
E azia
Mal passado
Com gosto de sangue?
Café requentado
Pão dormido
E azia
Alguém aí já sentiu
Azia na alma?
Azia na alma
Alguém aí já sentiu
Azia na alma?
A vida leve que você leva, é o fardo de quem?